domingo, 27 de fevereiro de 2011

Valparaíso, Viña del Mar e Isla Negra - Dias de Neruda!


"El Océano Pacífico se salía del mapa. No había donde ponerlo. Era tan grande, desordenado y azul que no cabía en ninguna parte. Por eso lo dejaron frente a mi ventana"
(Pablo Neruda)


Depois de 10 dias em Santiago peguei a estrada rumo à costa para conhecer de perto as águas geladas do Pacífico. A primeira parada foi em Valparaíso, uma cidade feita de arte! A primeira vista a paisagem urbana inusitada pode parecer a nós, brasileiros, uma grande favela, mas nos morros de Valpo as casas, sejam elas ricas ou pobres, têm cores muito vivas e as ruas são grandes murais a céu aberto, com grafites, mosaicos, desenhos e pinturas por todo lado.

Quem mora em Valparaíso é antes de tudo artista, as habilidades em desenho, teatro e música são estímuladas desde a infância. Não foi a toa que o poeta Pablo Neruda escolheu a cidade para erguer uma de suas três casas - La Sebastiana!

Depois de muito sobe e desce pelas ladeiras, o jantar foi meu prato preferido do Chile: Parilla de mariscos, que consiste basicamente em colocar o Oceano Pacífico inteiro em uma tigela - caldo quentinho, com todos os frutos do mar que se possa imaginar. Em Santiago a dica é provar a iguaria na Vega Chica, perto do Mercado Central (do outro lado do rio) - onde é mais gostoso e mais barato! Em Valpo, um prato com a mesma qualidade e preço pode ser encontrado em qualquer restaurante perto do Mercado do Porto, de preferência na hora do almoço, pois quase tudo na área fecha por volta das cinco da tarde.

Confesso que fora os frutos do mar e as empanadas, a comida chilena não me agrada muito. Pastel de Choclo - uma torta a base de milho, com sabor entre o doce e o salgado e Mote con Huesillos, uma bebida doce super típica daqui, definitivamente não caíram nas graças do meu paladar!

No dia seguinte eu e minha companheira deste trecho da viagem, Priscila - uma novaiorquina, filha de colombianos, que trabalha no google - fomos curtir uma quarta-feira de praia em Viña del Mar. Biquini por baixo da roupa e piquenique na mochila, aproveitamos o sol, a vista linda daquele marzão azul, mas... zero coragem de entrar na água gelada. Foi lindo mesmo assim! ver aquele gigante de perto, molhar os pés rapidinho e ver o sol se pôr no lugar certo.

A noite fomos a um barzinho indicado por uma atriz-pintora-garçonete para ouvir uma banda de eletro-cumbia. Dançamos atéééééé...


No terceiro e último dia por essas bandas, o passeio foi para Isla Negra, que apesar do nome não é uma ilha e sim um povoado costeiro, onde está a casa preferida de Neruda. A construção parece um grande barco em terra, um barco de brinquedo, onde o capitão, apesar de ser homem adulto e respeitável, se divertia como uma criança. E o poeta não mentiu quando disse que o Pacífico parece ter sido deixado de propósito diante de sua janela...

Para encerrar o passeio, Lomo a lo pobre (carne com ovo frito) e empanadas de camarão c/ queijo - comida chilena da melhor qualidade p/ forrar a barriga de quem já estava com a cabeça e alma cheias de poesia.

2 comentários:

  1. polly foste em uma das cidades que mais amo... nossa! que vontade de estar ai com vc :)

    A saudades tem me matado ... não vejo a hora de estarmos juntas de novo ..
    me leva com vc?

    te amo!

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