segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mendoza - vinhos, piquenique e aventuras!


Mendoza é o lugar perfeito para relaxar! Localizada no meio do deserto argentino, a cidade é um grande jardim c/ ruas arborizadas e dezenas parques, cujas árvores foram cuidadosamente escolhidas entre as mais belas espécies dos quatro cantos do mundo para embelezar a vida por ali.

Meus primeiros dias em Mendoza se resumiram a caminhar pelo centro da cidade, conhecer os parques e fazer piqueniques - tomando vinho, é claro! Todo vinho em Mendoza é especial, c/ destaque p/ o Malbec, bem típico da região.A parte mais legal é experimentar aqueles que não costumamos encontrar no Brasil - opções não faltam! No hostel fiz amizade c/ brasileiros e fomos juntos em uma excursão por bodegas (vinícolas) mendozinas. O passeio levou uma tarde inteira e custou 60 pesos (30reais) c/ direito a desgutação.

Confesso que não gosto dessa idéia de fazer viagens programadas com grupos de turistas, mas em Mendoza acaba sendo a melhor opção se você não estiver de carro. Ah, o tour também pode ser feito de bike, mas estava chovendo muito (leia-se: eu ando muito mal de bicicleta) e achei melhor não ;)

O fim de semana chegou e com ele a hora de encarar a primeira aventura da viagem: um passeio pela cordilehira dos Andes p/ conhecer o teto das Américas - e do resto do mundo fora da Ásia - O Aconcágua. Procurei informações sobre como ir de ônibus, mas descobri que teria que descer no povoado de Punte del Inca e fazer uma trilha de 1h30pelas montanhas, idéia que me agradava muito, mas pensei melhor... eu queria fazer isso na sexta-feira, ou seja, ainda dava tempo de aparecer no Fantástico domingo a noite como a brasileira idiota que foi fazer trilha sozinha pelos Andes e se f*** - deu mal!

Meio a contra gosto acabei cedendo a excursão de novo, mas já que tinha que ser assim, ao menos que fosse algo diferente. Depois de pesquisar em várias agências acabei optando por uma que encontrei no Get South (guia distribuído gratuitamente em hostels e pontos de turísmoque oferece descontos em albergues e serviços no Chile, Argentina e Uruguai - em Mendoza ganhei uma noite grátis no meu hostel, Mendoza Suites).

As excursões normais vão p/ Uspallata pela Ruta 7 (que liga Argentina e Chile) passando por Punte Del Inca até o Parque Aconcágua, onde tem um mirador p/ ver a montanha, isso mesmo, só ver de longe, pq p/ chegar na base são uns 3 dias de caminhada. O passeio de dia inteiro custa 130 pesos.

Na Wanka Tour (C. 25de mayo 1070) eles me ofereceram uma opção bem mais legal: ir até Uspallata pela Ruta 52, a antiga via entre Chile e Argentina, também conhecida como Camiño del Año pq tem 365 curvas. A estrada de via única dá um medo do caramba e hoje está desativada. É impossivel acreditar que um dia ônibus e caminhões grandes trafegaram por ali. Agora a área é protegida e ao invés de carros são os guanacos (uma espécie de llama) que dominam a paisagem. Vale a pena!

Em seguida continuamos o trecho normal - Uspallata, Punte del Inca (uma formação geológica natural cercada de misticísmo e histórias da cultura Inca) - mirantes do Aconcágua, passamos em 2 p/ ver as paredes Sul e Noroeste, ambos fora do parque, e então veio a cereja do bolo: o cristo redentor que marca a fronteira entre Chile e Argentina.

Confesso que fui cheia de preconceitos, afinal, Cristo Redentor é o nosso, que está lá no Rio de Janeiro de braços abertos sobre a cidade maravilhosa, todos os outros dispensam comentários (Castanhal que o diga). Já no pé da montanha, há 2.700m de altitude começou a nevar e se a emoçao de passar pela Ruta 52 ainda não havia sido suficiente, subir até o cristo há 4.000m de altitude em outra estrada cheia de curvas, s/ asfalto, c/ neve e ainda por cima de mão única c/ carros e vans circulando em ambas as direções (quem desce precisa parar e dar espaço - se é que podemos chamar assim aqueles centímetros - p/ quem sobe)foi sem dúvida a viagem que mais me deu medo em toda a vida (até agora)! - Quem quiser também pode alugar um carro e fazer o trajeto por CONTA PRÓPRIA, mas definitivamente NÃO RECOMENDO!

O medo e nervosismo começa a ser compensado no caminho, ver os paredões das montanhas ali ao lado, com seus picos nevados que parecem ímpossíveis de ser alcançados é uma sensação indescritível. E, finalmente, chegar a 4mil metros de altitude e pisar em um desses picos é de fazer parar o coração (em sentido figurado, pq nesta altitude ele bate bem acelerado). A estátua é um mero detalhe!

O passeio é incrível, dá medo, mas vale a pena! O guia do meu grupo, Julio é de uma família de montanhistas e já fez altas escaladas por ali, o que não falta são histórias p/ contar.
Nosso motorista, o Ricardo desceu no topo da montanha sem casaco, no frio de 0ºgrau e sensação térmica de menos ainda, coisas de quem faz essa viagem toda semana há mais de 40 anos, mas toda essa experiência não diminui o medo que a gente sente quando ele está apontando todos os guanacos no alto das montanhas ou aquele condor láááá longe no céu enquanto temos curvas à frente e abismos a poucos centímetros - não adianta, ele diz que não gosta muito de olhar p/ estrada! Na verdade Ricardo e Julio não fazem nada para nos deixar menos nervosos, afinal é o nosso medo que alimenta a risada deles por todo o caminho e TUDO ISSO por 160 pesos. Preconceitos contra excursão atirados montanha abaixo, o passeio é altamente recomendado!

Para quem está afim de fazer essa viagem, atenção: o acesso ao Cristo não é possível no inverno quando a quantidade de neve impede a circulação na montanha e mesmo no verão é suscetível às condições climáticas.

No domingo sai de Mendoza feliz da vida e comemorando a sorte: apesar de estar em pleno época da chuva de granizo(fevereiro/março), com pedras conhecidas pelo tamanho gigante, proporcional aos estragos que causam, enquanto eu estava lá só caiu água (fato muito raro na região) e neve do céu. Agora é torcer p/ São Pedro continuar sendo brother e maneirar com os saculejos de terra no Chile.

Até mais!
;)

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