sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Santiago - sin tremblores!


Cinco dias em Santiago e até agora nenhum tremor de terra me pegou pelo caminho! Confesso que vim p/ cá MUITO ASSUSTADA, não só pq os "tremblores" são constantes, mas principalmente pq na véspera da minha saída de Mendoza foi registrado um terremoto forte em Concpcion, ao sul de Santiago, que chegou até a capital c/6,2 pontos da escala Richter.

Na viagem interroguei todos os chilenos do ônibus sobre os perigos e como proceder em caso de terremotos. Alguns me tranquilizaram, outros acreditavam estar ajudando, mas só conseguiram me deixar ainda mais nervosa! É importante registrar que os chilenos são absolutamente simpáticos, o que quase chega a ser um problema, pois se você der papo p/ todas as pessoas legais que encontra pelo caminho, corre o risco de não fazer mais nada na sua viagem a não ser conversar com eles.

E foi justamente no ônibus, em meio aos questionamentos sobre os tremblores, que ouvi a história mais emocionante desta viagem até agora: uma senhora chilena que havia ido à Mendoza encontrar o irmão após 40 anos sem vê-lo. Ela perdeu os pais quando tinha 8 anos de idade e o irmão, de apenas 2 anos, foi separado dela no orfanato. Ele sabia que tinha uma irmã e buscava por ela da mesma forma que ela por ele e adivinhem só... eles se acharam no FACEBOOK! Descobriram que viviam há apenas 7h de distância e finalmente puderam se encontrar. É surreal! Mais surreal ainda era aquele grupo de chilenos, argentinos, brasileiros e ingleses chorando na fila da aduana enquanto ouviam a história, os funcionários que carimbavam os passaportes provavelmente não entenderam nada!

E esta foi apenas a primeira de muitas... não sei se a sorte é minha ou se por algum motivo cabalístico desconhecido pessoas interessantes se agruparam em Santiago justamente esta semana, mas conheci uma brasileira, de Recife, em sua primeira viagem internacional, que chora pelo menos 3 vezes ao dia pela emoção de estar aqui... exagero? nem tanto! ela sempre sonhou em viajar e o pai, machista, disse que nunca iria permitir. Ela juntou dinheiro, reuniu coragem e agora está aqui, morrendo de medo de tudo, mas absolutamente encantada e feliz!

No hostel, um grupo de amigos trintões do Reino Unido, que depois de conhecer meio mundo resolveram viajar a América do Sul de motocicleta. Um arquiteto em viagem pelo mundo p/ fazer pesquisas p/ o mestrado, hoje aqui, amanhã no Japão e em 3 semanas na Itália... oh, vida! E a chilena, descentente de mapuches, que morou anos na Europa e agora volta ao país para começar uma vida nova mais perto da família.


Histórias e mais histórias... o cenário deste encontro é uma cidade linda, uma metrópole cheia de charme e com muitas opções de museus, cinemas de arte, concertos e teatros p/ quem gosta de programas culturais além, claro, de muito vinho chileno e salmão fresco!

Santiago é uma delícia! A capainha do meu hostel toca os primeiros acordes de No Surprises do Radiohead e se Neruda fosse vivo, seríamos vizinhos já que estou hospedada há 3 quadras de sua casa no bairro da Bella Vista, uma vizinhança boêmia, com bares e restaurantes charmosos e um astral que faz a gente querer ficar aqui por muito, muito tempo...

Um comentário:

  1. Fico lendo suas histórias e aventuras e fico mais ansiosa pela chegada do dia viagem com meu Preto. Quero muito conhecer o chile... bjs

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